EXODO RURAL OBRIGA MECANIZAÇÃO DE PROPRIEDADES RURAIS

  • EXODO RURAL OBRIGA MECANIZAÇÃO DE PROPRIEDADES RURAIS

    Assunto: AGRICULTURA  |   Publicado em: 04/05/2016 às 09:11   |   Imprimir

EXODO RURAL OBRIGA MECANIZAÇÃO DE PROPRIEDADES RURAIS

 

            O êxodo rural, principalmente dos jovens, obriga os remanescentes no meio rural a mecanizarem as suas propriedades, é o que ocorreu nas propriedades de Avelino Ciechorski, em Itajubá, interior de Porto Mauá e de Valdecir Canal, em Boa União, interior de Novo Machado, administradas por Felipe Canal (genro / filho).

            As propriedades de Avelino e Valdecir são as maiores produtoras de fumo nos dois municípios, com dificuldade em conseguir mão de obra, tiveram que aderir à mecanização, adquirindo uma máquina colhedora de fumo, um trator tracionado próprio para o uso desta colhedora e uma plataforma para transportar o fumo da roça até as propriedades.

            A máquina colhedora de fumo foi adquirida em 2015, proveniente da França, ao custo de R$ 60.000,00. Esta máquina é acoplada a um trator tracionado, tem capacidade de colher 1,5 hectares ao dia, corta o pé com uma serra circular e o transporta através de uma esteira até uma plataforma que é puxada por outro trator, estes dois tratores andam um ao lado do outro. Além de cortar o pé de fumo, também faz um corte (gaipa), por onde é introduzido o arame ou espeto de madeira, para posteriormente ser pendurado no galpão. Este corte (gaipa) anteriormente era realizado manualmente e com demora.

            Após esta aquisição, já estão cultivando onze hectares, antes eram cultivados cinco hectares. Para colher e pendurar o fumo nesta área de terra são necessários em torno de 15 dias, se fosse manual levariam em torno de 50 dias. Necessitam de dois motoristas de trator e um em cima da plataforma, antes necessitavam de três pessoas para cortar e três para carregar no carretão, além de fazerem este serviço no relento do sol, agora somente o que fica em cima do carretão. Há uma economia em tempo e na mão de obra.

            As empresas fumageiras estão incentivando a aquisição destas máquinas, pois gradativamente está diminuindo o cultivo desta cultura agrícola e a mão de obra devido ao êxodo rural. Em Novo Machado já diminuiu em torno de 35% esta atividade. Já existem máquinas para plantar fumo. Com o passar dos anos irá diminuir a aplicação de agrotóxicos, produzindo-se um fumo puro. Estas informações são repassadas aos fumi cultores através de palestras, realizadas pelas empresas fumageiras.

            Segundo Felipe Canal (23 anos de idade), em dois anos de uso esta máquina se pagará, a intenção é adquirir também uma plantadeira e aumentar a área de plantio para 15 hectares. O cultivo de fumo é realizado uma vez por ano, devido ao clima (frio), plantado em agosto e colhido em novembro. Quem lida com fumo tem serviço o ano inteiro, pois precisa fazer as mudas em bandejas, patiar a roça, fazer vergas (já tem máquina), aplicar ureia (15, 45 e 60 dias após plantio), desbrotar as pontas para criar corpo o pé (formar folhas), um mês após o desbroto é realizada a colheita (com máquina colhedora), levar os pés aos galpões e estufas, após a secagem das folhas é feita a classificação e de acordo com cada folha são separadas por classe (b1, b2, c1, c2, x1), enfardado de acordo com as três classes, a empresa fumageira faz o recolhimento (mês de janeiro), após recomeça todo processo novamente.

 

Texto e foto: Vilson Winkler